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sábado, 19 de setembro de 2015

ANÁLISE DO TEXTO E DISCURSO NA CHARGE “DIA DOS NAMORADOS”, DE FRANK MAIA


ANÁLISE DO TEXTO E DISCURSO NA CHARGE “DIA DOS NAMORADOS”, DE FRANK MAIA

 

A intenção comunicativa do texto é fazer uma crítica sobre o uso exagerados dos recursos cibernéticos, que são usados muitas vezes até para comunicações muito próximas onde caberia a conversa face a face. A pretensão do texto é convencer o leitor de que não se deve usar a internet exacerbadamente, mas sim com moderação e conforme a necessidade do usuário. No exemplo, vemos um casal que está no mesmo quarto, no dia dos namorados e mesmo assim não larga os computadores. Além disso, os personagens se comunicam virtualmente, quando poderiam conversar diretamente um com o outro, sem mediação dos computadores.
As marcas textuais que justificam essa interpretação são: o título da charge, que contém  “@” no lugar do “a” em “di@ dos n@mor@dos”, indicando que foi um dia em que se utilizou muito a internet; outra marca encontrada é que a personagem feminina avisa ao namorado dela que o cutucou, e o personagem masculino diz que curtiu, fazendo uma menção ao site virtual de relacionamentos Facebook; outras marcas são as indicações sonoras que eles estão digitando nos notebooks.
Não há marcas de intertextualidade no texto.  O auto do texto é Frank Maia, que tem o papel de crítico no texto. O papel atribuído ao leitor é de crítico, analista do comportamento da sociedade. O texto procede do site do Jornal Sertão em Foco (www.portalsertaoemfoco.com.br), o qual contém algumas charges do autor e de outros que geralmente são de críticas sociais, abrangendo não só a política, mas também as ações da população em geral.
As concepções de verdade tomadas pelo texto são: as pessoas estão usando os recursos eletrônicos exageradamente, e assim diminuindo os contados sociais livres da mediação virtual; as pessoas estão se tornando “reféns” dos aparelhos eletrônicos e passam grande parte do tempo “conectadas”, inclusive até altas horas da noite, como sugere a charge. Essa concepção está veiculada aos grupos sociais que são contra a utilização desnecessária dos recursos virtuais, pessoas que não querem ver a sociedade “escrava” das máquinas. Os recursos virtuais são vistos por esses grupos como parte importante do avanço tecnológico, que são ferramentas importantes para o funcionamento social, mas também entendem que o mau uso desses recursos prejudica as relações sociais, pois é preciso que haja, também, as conversas face a face, os passeios ao ar livre, os momentos sociais naturais e não somente o entretenimento da tecnologia.
O discurso predominante no texto é o discurso da crítica ao uso exagerado dos recursos virtuais. Outros discursos presentes no texto são: o discurso de que a tecnologia está tornando as pessoas mais distantes umas das outras, o discurso da crítica aos relacionamentos amorosos virtuais, o discurso da crítica ao comportamento do ser humano moderno. As marcas lingüísticas que caracterizam os discursos presentes no texto são: cada personagem utilizando um notebook na cama; as falas dos personagens se referindo à comunicação virtual como principal e a oral e gestual como secundária; a expressão se referindo ao dia dos namorados tendo no lugar do “a” (referente à comunicação tradicional), o “@” (se referindo à comunicação virtual); a representação sonora de que os personagens estão digitando nos notebooks enquanto falam. Os discursos se relacionam no texto de modo a convencer o público de que o uso exagerado dos aparelhos eletrônicos é algo negativo, utilizando a mulher no texto para indicar que as mulheres fazem isso e devem deixar de fazer e utilizando a figura masculina no texto indicando que, do mesmo modo, os homens precisam reverter essa situação. Mostrando uma situação quase que ridícula, o texto denuncia como as pessoas estão se aproximando dos aparelhos eletrônicos e se distanciando umas das outras.

REFERÊNCIAS
Enquanto isso. Disponível em: http://www.portalsertaoemfoco.com.br/charge/28/enquanto-isso/ Acesso em 12/09/15.

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