ANÁLISE DO TEXTO E DISCURSO
NA CHARGE “DIA DOS NAMORADOS”, DE
FRANK MAIA
A
intenção comunicativa do texto é fazer uma crítica sobre o uso exagerados dos
recursos cibernéticos, que são usados muitas vezes até para comunicações muito
próximas onde caberia a conversa face a face. A pretensão do texto é convencer
o leitor de que não se deve usar a internet exacerbadamente, mas sim com moderação
e conforme a necessidade do usuário. No exemplo, vemos um casal que está no
mesmo quarto, no dia dos namorados e mesmo assim não larga os computadores.
Além disso, os personagens se comunicam virtualmente, quando poderiam conversar
diretamente um com o outro, sem mediação dos computadores.
As
marcas textuais que justificam essa interpretação são: o título da charge, que
contém “@” no lugar do “a” em “di@ dos
n@mor@dos”, indicando que foi um dia em que se utilizou muito a internet; outra
marca encontrada é que a personagem feminina avisa ao namorado dela que o
cutucou, e o personagem masculino diz que curtiu, fazendo uma menção ao site
virtual de relacionamentos Facebook;
outras marcas são as indicações sonoras que eles estão digitando nos notebooks.
Não
há marcas de intertextualidade no texto.
O auto do texto é Frank Maia, que tem o papel de crítico no texto. O
papel atribuído ao leitor é de crítico, analista do comportamento da sociedade.
O texto procede do site do Jornal Sertão em Foco (www.portalsertaoemfoco.com.br),
o qual contém algumas charges do autor e de outros que geralmente são de
críticas sociais, abrangendo não só a política, mas também as ações da
população em geral.
As
concepções de verdade tomadas pelo texto são: as pessoas estão usando os
recursos eletrônicos exageradamente, e assim diminuindo os contados sociais
livres da mediação virtual; as pessoas estão se tornando “reféns” dos aparelhos
eletrônicos e passam grande parte do tempo “conectadas”, inclusive até altas
horas da noite, como sugere a charge. Essa concepção está veiculada aos grupos
sociais que são contra a utilização desnecessária dos recursos virtuais,
pessoas que não querem ver a sociedade “escrava” das máquinas. Os recursos
virtuais são vistos por esses grupos como parte importante do avanço
tecnológico, que são ferramentas importantes para o funcionamento social, mas
também entendem que o mau uso desses recursos prejudica as relações sociais,
pois é preciso que haja, também, as conversas face a face, os passeios ao ar
livre, os momentos sociais naturais e não somente o entretenimento da
tecnologia.
O
discurso predominante no texto é o discurso da crítica ao uso exagerado dos
recursos virtuais. Outros discursos presentes no texto são: o discurso de que a
tecnologia está tornando as pessoas mais distantes umas das outras, o discurso
da crítica aos relacionamentos amorosos virtuais, o discurso da crítica ao
comportamento do ser humano moderno. As marcas lingüísticas que caracterizam os
discursos presentes no texto são: cada personagem utilizando um notebook na
cama; as falas dos personagens se referindo à comunicação virtual como
principal e a oral e gestual como secundária; a expressão se referindo ao dia
dos namorados tendo no lugar do “a” (referente à comunicação tradicional), o
“@” (se referindo à comunicação virtual); a representação sonora de que os
personagens estão digitando nos notebooks enquanto falam. Os discursos se
relacionam no texto de modo a convencer o público de que o uso exagerado dos
aparelhos eletrônicos é algo negativo, utilizando a mulher no texto para
indicar que as mulheres fazem isso e devem deixar de fazer e utilizando a
figura masculina no texto indicando que, do mesmo modo, os homens precisam
reverter essa situação. Mostrando uma situação quase que ridícula, o texto
denuncia como as pessoas estão se aproximando dos aparelhos eletrônicos e se
distanciando umas das outras.
REFERÊNCIAS
Enquanto isso. Disponível
em: http://www.portalsertaoemfoco.com.br/charge/28/enquanto-isso/ Acesso em
12/09/15.
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