Era uma manhã fria, como as outras. Eu acordei em plenas 9h da madrugada com uns gritos, umas pessoas com tom de desespero, uma espécie de medo apocalíptico.
-Será que estou sonhando? Disse eu.
Não, não estava sonhando. Levantei e abri a porta para ver o que houve, conversar com alguém, sei lá... Mas ao abrir a porta vi algo estranho no céu que me tirou o foco das pessoas e lançou meus olhos ao alto: um rastro imenso de fumaça no céu deixou-me a espinha mais gelada que a neve ao redor da minha casa. Valha-me, Deus! Será o fim do mundo? Peguei minha câmera para comprovar aos outros que não estaria mentindo quando contasse a história. Peguei tão rápido que nem lembrei que estava descalço, na verdade eu não estava sentindo meu corpo direito. Comecei a filmar: uma câmera pequena, um medo grande, um rastro de fumaça imenso e um ponto de interrogação gigantesco. Pensei comigo:
--Se eu escapar dessa, esse vídeo vai “bombar”. Deixa de besteira! Começa a orar, garoto!
Assim fiz. Mal comecei a dizer: “Pai nosso”... Booooooooommmm!!! Um estrondo quase estoura meus tímpanos, o maior barulho e mais assustador que ouvi. Era o som do meteorito que chegava a nós muito depois de ter passado por cima da minha casa. Os cientistas irão dizer que foi o rompimento da barreira do som. Eu digo que foi o rompimento do resto de coragem que eu tinha em mim. Tudo que era vidro se despedaçando, pessoas gritando, carros alarmando e eu paralisado. Assim foi esse dia 15 de Fevereiro de 2013 em Chelyabinsk. Graças a Deus escapei inteiro disso, espero que quando vier outro (que Deus livre de isso acontecer), que seja bem longe daqui. Mas isso foi um aviso: Nós somos suscetíveis a muitas coisas e toda a nossa ciência e tecnologia talvez não sirva de nada um dia...
Charles Alves
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